O Alavarium é um clube desportivo
da cidade de Aveiro que tem o andebol como modalidade única. No final do Verão
do ano passado, este clube organizou a segunda ronda do Grupo B da Taça Challenge de seniores femininos.
Além do clube organizador, participaram o
Olympia HC de Inglaterra e o RK Zelina da Croácia.
Para a organização da prova, o
clube terá pedido um apoio financeiro à Câmara Municipal de Aveiro. O apoio
terá sido recusado devido às dificuldades financeiras daquela autarquia.
Soube-se agora que então, aquele clube recorreu à Câmara Municipal de Oliveira do Bairro. E sem se saber como e porquê, a nosso município cedeu gratuitamente o pavilhão municipal e ainda comparticipou com 2.500 €.
Diz quem esteve no evento, que o público presente se deveu praticamente aos familiares dos atletas do Alavarium. O que permite concluir que a divulgação e o interesse do evento foram praticamente nulos. E portanto, sem qualquer retorno conhecido para o nosso concelho.
Para quem reclama constantemente
ser um exemplo de legalidade e transparência, não se entende como é que este
apoio foi atribuído sem ser aprovado em local próprio, neste caso pelo
executivo municipal em reunião de Câmara. E por isso, apenas é transparente
neste caso, a ilegalidade da atribuição e pagamento de um subsídio autorizado
de forma ilegítima. Autorizado por quem há alguns anos se atreveu a participar
à Comissão de Coordenação da Região Centro, a falta de requisição
administrativa na compra urgente por parte do Executivo anterior, de uma
bandeira nacional que custou 26€ (!), hasteada por ocasião da visita ao nosso
concelho do Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.
Mas mais importante que a questão
formal, é a questão moral. Não se entende como é que este tipo de apoio, que
tem utilidade nula para os munícipes, foi atribuído a um clube que não têm
ligação nenhuma ao nosso concelho. Na sombra e sem ninguém saber.
Há uma criança do nosso concelho
que por essa altura, necessitava de um apoio financeiro para uma cadeira de
rodas. A criança de três anos sofre de espinha bífida e apresenta paralisia dos
membros inferiores sem compromisso cognitivo.
Para que a criança pudesse ter
alguma qualidade de vida, a família pretendia comprar uma cadeira evolutiva que
custava cerca de 6.500 €. Os pais já tinham conseguido juntar 2.000 €, mas
estavam ambos desempregados pelo que necessitavam de um apoio para juntar o
resto do dinheiro.
Por incrível que pareça, esta situação não se enquadrava no
regulamento em vigor na Câmara Municipal para este tipo de apoios, pelo que não
houve ajuda da autarquia para esta criança. Acabou por ser a sociedade civil a angariar
o resto do dinheiro necessário e a cadeira foi comprada.
É assim a gestão rigorosa e transparente na nossa autarquia.
Não sei o que dizer…
Jorge Pato, no 'Jornal da Bairrada' de 10 de Maio de 2012